HISTÓRIA




A história de Buritizeiro está relacionada com a criação e o desenvolvimento de Pirapora. Em 1909, um médico mineiro percorria o sertão de Minas Gerais para descobrir possíveis causas do mal do coração, que matava subitamente seus portadores. Suas andanças terminaram às margens do Rio São Francisco, onde hoje se localiza Buritizeiro. Através da Lei 556, de 30 de agosto de 1911, é criado o município de São Gonçalo das Tabocas, e em 1912, a vila é elevada à condição de cidade, tornando-se rota de importantes correntes migratórias brasileiras. Em 1920, inicia-se a montagem da Ponte Marechal Hermes, com objetivo não alcançado de prolongar a estrada de ferro até Belém do Pará. A construção férrea não foi levada adiante, só retomada em 1922, unindo a então vila (Buritizeiro) ao já emancipado município de Pirapora e ao restante do Brasil. O novo acesso, mais fácil e direto à Pirapora, então centro dinâmico de aglomeração, determinou um novo sentido da ocupação urbana de Buritizeiro, no entorno da ponte. Em 1923 foi alterada a denominação da cidade, que passou a chamar-se Pirapora. Em 1950 o município de Pirapora contava com os distritos de Buritizeiro, Guaicuí, Lassance e Várzea da Palma, e a população era de 30 mil habitantes. Aos 20 de janeiro de 1957, foi fundado o Comitê Pró-melhoramento de Buritizeiro, onde posteriormente foi transformado em Comissão Pró-emancipação de Buritizeiro, sendo que ambos tinham como presidente Francisco Ribeiro da Cruz. Entre 1950 e 1970, ocorreram modificações territoriais nos distritos e municípios. Em 1950, o município de Pirapora constituía cinco distritos: Pirapora (sede), Buritizeiro, Lassance, Guaicuí e Várzea da Palma, sendo que os últimos três foram desmembrados em 1953. Em 30 de dezembro de 1962, foi criado através da lei n°2764 o município de Buritizeiro, que se tornou dividido em distritos e sub-distritos, destacando-se Cachoeira da Manteiga, Paredão de Minas, Cachoeira do Teobaldo, Lança e São Bento. O espaço urbano passa a concentrar-se apenas na cidade. O nome da nova cidade se deve à abundância da palmeira buriti (Mauritia vinifera). A posição de cidade portuária perdurou desde o início do século XX até por volta de 1960, quando a conexão ferroviária-fluvial, que ligava o centro de Minas Gerais ao Nordeste, cedeu lugar ao transporte rodoviário. Quanto à educação no local, destacou-se a atuação da Escola Caio Martins. Sua fundação se iniciou em 1951, quando o Coronel Manoel José de Almeida, ao estar de passagem pela região de Buritizeiro, descobriu um prédio tomado por um matagal e quase que abandonado. Assim, o coronel resolveu aproveitar o prédio para um núcleo da Escola Caio Martins, uma vez que tal instituição já existia na cidade de Esmeraldas. Após um trabalho de pesquisa e visitas de ex-alunos de outros núcleos, a escola foi inaugurada em 2 de janeiro de 1952, que atendia inicialmente aos filhos dos pescadores da cidade, menores abandonados e filhos de pais que não tinham condições de criá-los, sendo tais famílias provenientes de Pirapora, Buritizeiro e região. No início de suas atividades, a Escola Caio Martins era subordinada a então Secretaria do Interior, sendo posteriormente transferida à Polícia Militar, onde quase perdeu sua finalidade de auxiliar aos menores carentes[8]. Depois, passou a ser de responsabilidade da Secretaria de Educação, situação que se permanece até os dias atuais. Essa escola era considerada de grande valor para Buritizeiro, sendo ponto de referência para reuniões sociais, festejos (já que possuía salão de convenções), apresentações teatrais e reuniões políticas. Funcionava como centro de apoio para toda a comunidade, transportando doentes e gestantes, além de fornecer gratuitamente caixões, fabricados na própria serraria, para os falecidos. A escola promovia manifestações teatrais e possuía um cinema para diversão dos internos e dos particulares. Existia também um Clube do Menor, onde jovens se reuniam aos domingos para se entrosarem com a comunidade. Com o apoio da sociedade buritizeirense, eram realizadas festas juninas e todos os festejos de época. Em todo o período após a Fundação da Escola Caio Martins, esteve presente a prática do Escotismo pelos menores internos (que moravam dentro das dependências) e externos, pois tal instituição recebeu o nome em homenagem a um escoteiro que faleceu na Serra da Canastra. A Escola Caio Martins também incentivava os jovens a exercer práticas profissionalizantes, tais como alfaiataria, padaria, marcenaria, serralheria, mecânica e sapataria. Devido à lei federal n° 4771 de 15 de setembro de 1965, que instituiu o novo código florestal e que proibiu o código desordenado de árvores do cerrado, o município, por se localizar em uma região onde predomina esse tipo de mata, possui diversas espécimes características.